A maturidade intelectual é formada na multiplicidade das relações entre grupos sociais. Estabelecer conexões “maduras” com a diversidade de conceitos e pensamentos divergentes dos nossos, representa, antes de tudo, a possibilidade de edificarmos pontes num mundo separatista, cada vez mais distante e fragilizado pela superficialidade da racionalidade contemporânea do pensamento humano.
Hodiernamente, as relações interpessoais parecem ter a mesma velocidade das informações num mundo que age e toma decisões muito mais apressadas que em épocas pretéritas. Não raramente, tomamos posições na vida sob os auspícios da primeira informação, sem o cuidado necessário de saber ouvir o outro, de sopesar o contraponto. Sabemos que grandes verdades são sentenciadas até no mais cauteloso silêncio, daí a grandeza de saber ser ouvinte. Ouvir, além de um ato de prudência é um gesto de sabedoria. Há silêncios que são inolvidáveis respostas. Dá-se a ouvir é um ato a cada dia mais raro.
Ocorre que o homem desse século traz em sua formação uma convicção imperialista. Pouco dado a diversidade de opinião. Para ele tudo está bem assentado, desde que prevaleça as suas verdades “absolutas”, recheadas das mais diversas influências culturais, educacionais, sociais e até familiares.
Decerto, o açodamento dessas relações quando não bem acomodadas socialmente beiram o assédio intelectual. Imposições interpessoais argumentativas. O poder/dever de respeitar a ideia e a dignidade da possibilidade do outro transcende a composição até mesmo da nossa Carta Magna. Mas, não é só uma questão de direito, ela vai muito mais além das ciências jurídicas, da antropologia, da sociologia, da filosofia e até da teologia quando lembramos da dogmática do “amai o próximo como a si mesmo.” Respeitai, portanto, a posição, a escolha, o entendimento do outro, a escolha do outro.
A compreensão da multiplicidade das possibilidades é o que matura a formação intelectual e evolutiva do homem, obviamente, acautelando-se da definição de “inteligência” atribuída somente e tão somente aqueles que ocasionalmente pensam como você!
É preciso pensar diferente. É preciso aceitar o diferente, o contraponto. E, acredite, no final das contas você pode não está com a razão.
Teófilo Júnior